Contributo de fatores individuais, sociais e ambientais para a decisão de prosseguir uma gravidez não planeada na adolescência: Um estudo caracterizador da realidade portuguesa
2015
Foi nosso objetivo explorar o contributo simultâneo de fatores individuais, sociais e ambientais e das possiveis interacoes entre eles para a decisao de prosseguir uma gravidez adolescente a luz do atual quadro legislativo que despenaliza a interrupcao da gravidez por opcao da mulher, em Portugal. A amostra foi constituida por 276 adolescentes que engravidaram de forma nao planeada e contactaram com os servicos de saude dentro do prazo legal que lhes permitiria optar pela interrupcao: 133 adolescentes que prosseguiram a gravidez e 143 que a interromperam. Os dados foram recolhidos entre 2008 e 2013 em 53 servicos de saude de todas as regioes. Nao ter ponderado as duas alternativas possiveis (prosseguimento/interrupcao), pertencer a familias de baixo nivel socioeconomico e com historia de maternidade adolescente, ter abandonado a escola e residir em areas com maior densidade populacional e onde a populacao feminina e menos escolarizada foram fatores explicativos do prosseguimento da gravidez. A menor idade da adolescente associou-se com o prosseguimento apenas quando nao foram ponderadas ambas as alternativas. O efeito da religiosidade local variou de acordo com o envolvimento religioso da adolescente. Estes resultados tem importantes implicacoes para a pratica clinica e investigacao na area da decisao reprodutiva na adolescencia. Palavras-chave: Gravidez na adolescencia, Decisao reprodutiva, Maternidade, Interrupcao voluntaria da gravidez.
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