MILITARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL: A DERROCADA DA EMPATIA?

2020 
Este artigo objetiva refletir sobre as recentes acoes de militarizacao de escolas publicas anunciadas pelo Ministerio da Educacao. Buscamos compreender como a sociedade, aterrorizada pelo medo do outro, entendido como perigoso, aceita e legitima o processo de militarizacao das escolas publicas, diametralmente oposto a educacao humanista, autonoma, reflexiva, dinâmica e libertadora. Partimos da compreensao de que processos de militarizacao dentro dos contextos escolares impedem o desenvolvimento de subjetividades individuais, tolhendo modos de ser e viver que destoam de determinadas normativas. A escola militarizada atua de maneira nao empatica e, apesar disso (ou em funcao disso), e apoiada por parte significativa da populacao que tambem nao consegue mais estabelecer relacoes empaticas com as alteridades que anunciam o carater plural de nossa sociedade. Entendemos que por tras do fracasso dos metodos convencionais de educacao reside o fato de que nao e possivel abarcar todos os sujeitos (e suas pluralidades) com uma unica pratica e postura pedagogica, de vies colonialista, principalmente uma tendencia pedagogica baseada na imposicao de normas e disciplina militares para controle, normatizacao e enquadramento de sujeitos. Dessa forma, buscamos aqui apresentar possibilidades outras para as relacoes escolares, que se pautem na empatia, reconhecendo e valorizando os aprendizes como sujeitos historicos, sociais e interseccionais que devem ter suas subjetividades respeitadas. A fim de ilustrar a discussao sobre o tema em questao, realizamos uma analise de conteudo de 126 comentarios sobre noticias referentes a militarizacao das escolas e destacamos ao longo do texto aqueles que consideramos mais pertinentes para a discussao.
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