MUDANÇAS NOS HOSPITAIS A PARTIR DA REFORMA PSIQUIÁTRICA

2016 
A presente pesquisa e conduzida a partir do interesse em verificar se os Hospitais Gerais estao preparados para o atendimento dos pacientes portadores de sofrimento psiquico/transtorno mental apos a Lei da Reforma Psiquiatrica e se os funcionarios se sentem capacitados para atender pacientes que chegam com sofrimento psiquico/transtorno mental. Para tanto, foram realizadas dez entrevistas individuais semiestruturadas, com perguntas abertas e fechadas, que foram gravadas com auxilio de um celular e, posteriormente, transcritas. Dessas entrevistas, cinco foram com funcionarios atendentes do Plantao de Urgencia e Emergencia e cinco com funcionarios que atendem os pacientes que ficam internados. Buscou-se investigar a qualidade do atendimento a pacientes acometidos de sofrimento psiquico/transtorno mental que chegam para serem atendidos no Plantao de Urgencia e Emergencia e na internacao de um Hospital Geral de Santa Cruz do Sul. Tambem fez parte da pesquisa, a investigacao da percepcao dos funcionarios quanto ao seu preparo para realizar esse tipo de atendimento. Atraves das entrevistas, apos as analises do conteudo, foi possivel destacar quatro categorias distintas, sendo elas: Estrutura Fisica: a instituicao atende na integra as normas reguladoras, ou seja, esta de acordo com a legislacao; porem, na percepcao dos funcionarios, poderia e deveria ser melhorada para oferecer mais seguranca aos pacientes das alas psiquiatricas, mais especificamente quanto as grades nas janelas, visando a uma melhor seguranca para os pacientes. Capacitacao dos funcionarios: notou-se um sentimento em relacao a falta de capacitacao e de preparo para atender os pacientes acometidos de sofrimento psiquico/transtorno mental. Ficou evidente que a maioria dos entrevistados reconhece que esses pacientes necessitam de cuidados especiais e que, como funcionarios, eles nao receberam nenhum treinamento especifico. Alem disso, ficou aparente que as equipes parecem nao estar integradas e que existe, na instituicao, um distanciamento entre as chefias e os funcionarios. Humanizacao: surgiu por percebermos, atraves das falas dos funcionarios, a necessidade de se ter um olhar diferenciado para os pacientes acometidos de sofrimento psiquico/transtorno mental, pois ha uma preocupacao em prestar um atendimento humanizado e, acima de tudo, acolhedor. Saude Mental do Trabalhador: mereceu destaque por termos percebido o sofrimento dos funcionarios entrevistados, que demostraram, de forma generalizada, grande sofrimento psiquico e sentimento de falta de apoio para tratamento e acolhimento. Alguns se encontram em situacao de adoecimento, porem, observamos que, por questoes de medo ou preconceito, acabam nao buscando ajuda especializada. Por fim, ao concluir esta pesquisa, e possivel considerar que o movimento de desinstitucionalizacao, que propos um novo modelo assistencial, muito contribuiu para um olhar mais humanizado aos pacientes acometidos de sofrimento psiquico/transtorno mental. No entanto, percebemos que existe um grande entrave, que e a questao dos recursos financeiros. Conforme amplamente divulgado na midia, devido ao atraso dos repasses das verbas por parte dos governos, os hospitais apresentam dificuldades de fazer tais investimentos, priorizando outras demandas que julgam mais urgentes e importantes para a instituicao.
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