VULNERABILIDADE À VIOLÊNCIA NO TERRITÓRIO E ACESSO SEGURO À SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA CAP 3.2

2014 
Na Estrategia Saude da Familia (ESF) ha um contato maior das equipes com as questoes de vulnerabilidade social do territorio, que inclui, nos grandes centros urbanos, a violencia armada. Muitas vezes o acesso da populacao a saude e dificultado, devido a diminuicao da procura e da prestacao de servicos por causa da (in)seguranca. Este relato tem por objetivo apresentar a experiencia de unidades da CAP 3.2, que foram treinadas a partir da metodologia Acesso mais seguro a saude, desenvolvida pelo Comite Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e adaptada a realidade da ESF atraves de  parceria com a Secretaria Municipal de Saude. De 2012 a 2013 foram realizadas 5 oficinas com representantes de 6 unidades da ESF, totalizando 27 equipes responsaveis por uma area com cerca de 94.000 moradores. Os objetivos foram: analisar o contexto, discutir os riscos da vulnerabilidade a violencia armada e estabelecer um Plano de Acao para o Acesso Mais Seguro focado na realidade de cada area. A metodologia foi participativa, baseada na experiencia pratica e nas estrategias de adaptacao das equipes, sistematizando procedimentos de seguranca, atraves da definicao de comportamentos seguros e da comunicacao entre as equipes e destas com o territorio. Como produto da oficina cada unidade elaborou um plano de acao adequado a sua realidade, que utiliza um sistema de classificacao de risco de tres cores: verde (podem ser realizadas acoes no territorio); amarelo (acoes no territorio sao suspensas); vermelho (fechamento da unidade). De acordo com as unidades participantes, o plano de acao contribuiu para o acesso a saude, pois: possibilitou analisar previamente o cenario evitando exposicoes desnecessarias dos profissionais as situacoes de conflito; melhorou a comunicacao interna e o processo de tomada de decisao; os profissionais estao mais atentos aos sinais do territorio sabendo identificar aqueles que indicam risco; possibilitou planejar as acoes de acordo com a classificacao de risco; sentem-se mais seguros para realizar as acoes no territorio. Conclui-se que o plano de acao para o acesso mais seguro contribuiu para integracao das equipes, organizacao do processo de trabalho e da comunicacao entre os membros da equipe, bem como maior seguranca durante a realizacao de acoes no territorio. A estrategia de Acesso Mais Seguro tem um impacto na melhoria do acesso a saude nas areas urbanas vulneraveis a violencia armada e poderia ser adaptado a todas as unidades da ESF em situacao de risco.
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