Avaliação da atividade anticonvulsivante e antinociceptiva da 4-hidroxicumarina em camundongos

2019 
A epilepsia e um disturbio neurologico incapacitante e refratario a medicamentos, caracterizado por convulsoes espontâneas recorrentes. Estima-se que mais de 50 milhoes de pessoas em todo o mundo sejam afetadas com esta comorbidade. A dor e definida pela Associacao Internacional para o Estudo da Dor como “uma experiencia sensorial e emocional desagradavel associada a dano tecidual real ou potencial”. E a causa mais comum de incapacidade, sendo frequentemente acompanhada por mudancas dramaticas na qualidade de vida. Atualmente, o manejo da epilepsia com os farmacos antiepilepticos e o controle da dor com o uso de analgesicos derivados ou nao do opio apresentam diversos efeitos adversos, fazendo com que a busca por novos farmacos que atuem no controle destas afeccoes seja um desafio da terapeutica atual. Dessa forma, diversos estudos vem sendo realizados para investigar tais propriedades em compostos de origem natural. As cumarinas sao extraidas a partir de fontes naturais e devido as suas caracteristicas estruturais, sao fontes importantes nas areas de produtos naturais e da quimica sintetica. A 4-hidroxicumarina (4HC) e um precursor imediato de anticoagulantes naturais e sinteticos, mas tambem, possui efeito antitumoral. Devido as propriedades farmacologicas ja atribuidas as cumarinas e as necessidades apresentadas quanto a descoberta de farmacos promissores que possam atuar no controle da dor e da convulsao com menores efeitos adversos, esse trabalho tem como objetivo avaliar a atividade anticonvulsivante e antinociceptiva da 4-hidroxicumarina em modelos experimentais. Para a realizacao dos experimentos foram utilizados camundongos Swiss machos, pesando entre 25-35 g. A administracao do veiculo, 4-hidroxicumarina (nas doses de 50, 75, 100 e 200 mg/kg) ou dos controles positivos aconteceram trinta minutos antes da realizacao dos testes farmacologicos. O trabalho foi submetido e aprovado pela COMISSAO DE ETICA NO USO DE ANIMAIS (CEUA) da Universidade Federal do Vale do Sao Francisco – UNIVASF, registrada com o no 0001/240818. A atividade anticonvulsivante foi avaliada por meio do teste das convulsoes induzidas pelo pentilenotetrazol (PTZ) e a atividade antinociceptiva analisada por meio de modelos quimicos de nocicepcao, como o teste das contorcoes abdominais induzidas pelo acido acetico, o teste da dor orofacial induzida pela formalina e pelo glutamato. No teste do PTZ, a 4HC na dose de 200mg/kg nao aumentou a latencia para inicio das convulsoes quando comparado ao grupo controle. Na avaliacao antinociceptiva, a 4-HC diminuiu o numero de contorcoes abdominais induzidas pelo acido acetico nas doses 50, 75 e 100mg/kg, o que pode estar relacionado ao impedimento da liberacao ou antagonismo da acao dos mediadores inflamatorios nos neuronios sensoriais. No teste da formalina reduziu o comportamento nociceptivo nas duas fases do teste nas doses de 75 e 100mg/kg evidenciando controle nos mecanismos centrais e perifericos da dor, e apresentou reducao significativa no comportamento nociceptivo no teste do glutamato em todos os grupos tratados (50, 75 e 100 mg/kg). Dessa forma, conclui-se que a 4-HC nao possui atividade anticonvulsivante, entretanto, foi constatada atividade antinociceptiva por meios dos testes de nocicepcao quimica, sugerindo mecanismos de acao central e periferica e atuacao na via glutamatergica.
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