Interdições alimentares, sacralidade animal e esfera pública contracultural: Uma etnografia da eticidade e dos regimes de moralidade nas práticas alimentares dos Okupas
2016
O presente artigo pretende desenvolver uma abordagem antropologica sobre as praticas alimentares de grupos Okupas no Brasil. Para isso, farei uso de dados etnograficos coletados em pesquisas realizadas por mim com quatro experiencias Okupas entre 2005 e 2012, nas cidades de Natal-RN, Porto Alegre-RS, Rio de Janeiro-RJ e Fortaleza-CE. Retomarei os dados etnograficos a fim de, no presente, analisar o conteudo simbolico dos regimes de praticas alimentares, informada teoricamente pela literatura da Antropologia da Moral e da Alimentacao. O artigo se concentra na relacao entre comida e engajamento politico, problematizacao etica da relacao entre seres humanos e animais, enfatizando as diferentes dimensoes que emergem durante a pesquisa (politica, estetica, moral e ritual). Investigarei o pano de fundo moral da “dietetica” presente nas praticas alimentares Okupas e problematizarei em que medida a relacao (pratica e simbolica) com os alimentos pode informar a respeito de um modo de ser, pensar e agir “humano” diferenciado do que os coletivos Okupas entendem como agente da “cultura dominante” ou, noutros termos, a producao social de uma “subjetividade contracultural”. Desse modo, o artigo ira se deter na analise dos sentidos de justica e do pano de fundo moral das praticas de regime alimentar entre esses interlocutores.
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