Divisão Sexual Do Trabalho E O (Não) Lugar Das Mulheres No Mundo (E Na Universidade)

2018 
O mundo contemporA¢neo do trabalho se caracteriza pela flexibilizaA§A£o das relaA§Aµes de trabalho, desconstruA§A£o do espaA§o produtivo, expansA£o do trabalho precarizado, parcial, temporAirio, terceirizado e informal, bem como pelo aumento do trabalho feminino, que jAi significa 40% da forA§a de trabalho em diversos paA­ses economicamente desenvolvidos (ANTUNES, 2003; MARQUES, 2013). Segundo Hirata e Kergoat (2007), a divisA£o sexual do trabalho A© a forma de divisA£o do trabalho social decorrente das relaA§Aµes sociais entre os sexos; mais do que isso, A© um fator prioritAirio para a sobrevivAancia da relaA§A£o social entre os sexos. Tem como caracterA­sticas a designaA§A£o prioritAiria dos homens A  esfera PRODUTIVA e das mulheres A  esfera REPRODUTIVA. A populaA§A£o brasileira A© composta por 56% de homens e 44% de mulheres. Quanto a participaA§A£o de homens e mulheres em postos de trabalho formais encontramos grandes diferenA§as. Os homens participam mais da construA§A£o civil, indAostria extrativa, transporte e eletricidade, enquanto que as mulheres dos setores saAode e serviA§os sociais, educaA§A£o e alojamento e alimentaA§A£o (MTE, 2015). A divisA£o sexual do trabalho impacta na ascensA£o das mulheres nas empresas, bem como na participaA§A£o nas esferas de governo e na polA­tica brasileira. Apenas 21,4% das mulheres possuem cargo de chefia em empresas e pouco mais de 28% atuam nos tribunais superiores do paA­s. A participaA§A£o das mulheres na universidade tambA©m A© profundamente marcada pela divisA£o sexual de trabalho, seja na rotulagem de cursos considerados de “homens” e de “mulheres” atA© a distribuiA§A£o de mulheres nos grupos de pesquisa. Existem Aireas, como as ciAancias agrAirias e exatas, que o nAomero de mulheres pesquisadoras A© de aproximadamente 30%, enquanto que CADERNO DE RESUMOS DA XXIII SEMANA DA FASICA linguA­stica, letras e artes e humanas a participaA§A£o A© de pouco mais de 60% (MELO, LASTRES e MARQUES, 2004). Uma das consequAancias mais graves do machismo, que leva a divisA£o sexual do trabalho, A© o assA©dio em todas as suas formas. Mais da metade das mulheres no mercado de trabalho jAi foram assediadas por um superior e ou jAi sofreram preconceito por serem mulheres (PANROTAS, 2017). As mulheres sA£o quase metade da populaA§A£o brasileira, mas tem baixa participaA§A£o nos altos cargos nas empresas, na vida polA­tica, no mercado formal de trabalho e nas universidades. A violAancia sobre as mulheres na maior parte dos locais de trabalho A© cotidiana e intensa. O machismo estrutural presente na nossa sociedade coloca as mulheres em condiA§A£o de inferioridade aos homens, que geralmente as consideram incapazes de realizar algumas tarefas, sobretudo as que exigem forA§a e ou inteligAancia. Contudo, as mulheres tem demonstrado que podem realizar todo e qualquer tipo de trabalho. O desenvolvimento da inteligAancia nA£o estAi relacionado ao sexo biolA³gico, mas as oportunidades iguais entre homens e mulheres.
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