Uso rotineiro do teste anti-HIV entre homens que fazem sexo com homens: do risco à prevenção

2017 
Resumo: Desenvolvemos uma revisao critica da literatura sobre o uso recorrente do teste anti-HIV entre homens que fazem sexo com homens (HSH). Procedemos a uma revisao narrativa da literatura, em que analisamos as diversas concepcoes sobre testagem frequente ao longo do tempo, suas implicacoes para os programas de saude e os principais marcadores sociais que influenciam a incorporacao do teste anti-HIV como rotina de cuidado. Embora exista desde os anos 1990, a testagem recorrente entre HSH era frequentemente interpretada como exposicao aumentada ao HIV em razao da ausencia de uso do preservativo e, consequentemente, uma testagem “desnecessaria”. A partir dos anos 2000, a testagem periodica passou a ser uma recomendacao programatica e, sua realizacao, interpretada como meta a ser atingida. A percepcao dos individuos sobre o uso que faziam do teste foi raramente considerada para caracterizar este uso como rotina de cuidado. No plano social e cultural, aspectos individuais associados ao teste recente ou de rotina estiveram inscritos em contextos de normas favoraveis ao teste e de menor estigma da AIDS. Diferencas geracionais, de escolarizacao e relacionadas ao tipo de parceria afetivo-sexual desempenham importantes papeis para o teste. Tais diferencas realcam que a categoria epidemiologica “homens que fazem sexo com homens” abrange diversas relacoes, identidades e praticas que resultam em usos especificos do teste como estrategia de prevencao. Assim, o dialogo entre programas, profissionais de saude e as pessoas mais afetadas pela epidemia e central a construcao de respostas com efetivo potencial de enfrentamento a epidemia de HIV, e pautadas no respeito aos direitos humanos.
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