TENDÊNCIA TEMPORAL DE SÍFILIS CONGÊNITA E COBERTURA PRÉ-NATAL PARA BRASIL E REGIÕES NO PERÍODO DE 2002 A 2012.

2016 
INTRODUCAO: A sifilis e uma das doencas com maiores taxas de transmissao vertical, e mesmo existindo medidas profilaticas, constitui um problema crescente na saude publica do Brasil (SARACENI, 2005). A notificacao da sifilis congenita e compulsoria desde 1986, e da sifilis em gestantes, desde 2005 (BRASIL, 2005; PAZ, 2005). Sabe-se que o acompanhamento pre-natal adequado e fundamental na identificacao e tratamento da doenca, sendo, portanto, a nao realizacao do pre-natal, associada a maiores taxas do desfecho deste estudo (ARAUJO, 2006). Sendo assim, o objetivo deste estudo foi identificar o comportamento temporal das taxas de sifilis congenita, em um periodo de 11 anos, e correlacionar com a prevalencia de nao realizacao de pre-natal, no Brasil e suas regioes. MATERIAL E METODOS: Foi realizado um estudo epidemiologico observacional com delineamento ecologico, atraves de casos confirmados de sifilis congenita e nao realizacao de pre-natal, entre o periodo de 2002 a 2012. Os dados foram coletados do Sistema de Informacao de Agravos de Notificacao (SINAN). No mesmo periodo foram reunidos dados de nascidos vivos do sistema DATASUS. Foram calculadas as taxas do desfecho e a prevalencia de pre-natal nao realizado, no Brasil e nas cinco regioes. Analise bivariada foi realizada aplicando o teste de correlacao (p-valor≤0,05). Ainda, foram calculados os coeficientes de determinacao para o Brasil e suas regioes. RESULTADOS E DISCUSSOES: De modo geral, as taxas de sifilis congenitas apresentaram crescimento constante, sendo que as medias durante o periodo estudado, para todas as regioes, mostram-se elevadas especialmente nas regioes Sudeste e Nordeste (2,42 por 1000). A prevalencia media de pre-natal nao realizado evidencia valores minimos de 13,66% na regiao Centro-Oeste e maximos de 18,15% na regiao Norte. Quando associadas, observa-se forte correlacao entre a taxa de sifilis congenita e prevalencias de pre-natal nao realizado, especialmente para Brasil (r=0,867, r²=0,75; p =0,001), regiao Sul (r=0,839, r²=0,70; p =0,001), e regiao Sudeste (r=0,875, r²=0,76; p <0,001). Percebe-se que a realizacao do pre-natal poderia minimizar a ocorrencia da doenca, especialmente nestas regioes com coeficiente de determinacao mais elevados (ARAUJO, 2006). Regiao Nordeste apresentou magnitude de associacao positiva moderada, e nas regioes Centro-Oeste e Norte se observa correlacao positiva fraca entre as variaveis supracitadas. Especialmente nestas regioes, sabe-se que a subnotificacao e uma realidade, apesar dos esforcos dos setores responsaveis em garantir dados fidedignos ( KOMKA, 2007 ; TAYRA, 2007) . Ainda assim, em todas as regioes, o p-valor foi ≤0,05, demonstrando significância estatistica nos resultados. Diversos estudos com enfoque em regioes mais pontuais, revelam aumento nos casos confirmados de sifilis congenita, associado a diversos fatores, inclusive a nao realizacao de pre-natal adequado. (BRASILEIRO, 2015; NONATO, 2015; TEIXEIRA, 2015; AMARAL, 2008). CONCLUSAO: Os resultados encontrados neste estudo demonstram altas taxas e em crescimento constante, de casos de sifilis congenita. Isso discorda totalmente das metas estabelecidas pelos planos estrategicos que visavam diminuir a transmissao vertical da sifilis para <0,5 casos por 1000 nascidos vivos ate 2015 (WHO, 2007; MONICA, 2010 ). Por se tratar de um estudo ecologico, deve-se considerar as limitacoes inerentes a este delineamento, alem da necessidade de mais pesquisas para identificar possiveis alternativas no processo de eliminacao desta doenca. Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin-top:0cm; mso-para-margin-right:0cm; mso-para-margin-bottom:10.0pt; mso-para-margin-left:0cm; line-height:115%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri",sans-serif; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-fareast-language:EN-US;}
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