Prevalência de Úlcera por Pressão em um Hospital de Emergência e Características dos Pacientes

2016 
A ulcera por pressao (UP) representa um grande desafio para a saude mundial e, em funcao do grande impacto que ocasiona nos custos de tratamento e na vida dos individuos, tem surgido um grande interesse em estudos que avaliem a sua ocorrencia e a assistencia prestada. Os objetivos do estudo foram: identificar os indices de prevalencia pontual da UP em um hospital universitario de emergencia e nos diferentes setores; caracterizar as UPs, considerando a classificacao em categorias e a localizacao; investigar a associacao entre a presenca de UP e as variaveis demograficas e clinicas; descrever o processo de cuidar na instituicao, levando em conta o registro nos prontuarios sobre avaliacao de risco dos pacientes e a inspecao da pele na admissao e identificar as superficies de suporte utilizadas. Tratou-se de um estudo transversal, descritivo, analitico e quantitativo, aprovado por Comite de Etica em Pesquisa. A coleta de dados foi conduzida durante um unico dia, em toda a instituicao, nos setores de cuidado incluindo pacientes adultos e idosos, com excecao da Psiquiatria e dos Queimados, totalizando 87 pacientes. A investigacao sobre a associacao da ocorrencia de UP com as variaveis demograficas e clinicas utilizou os testes do Qui-Quadrado, exato de Fisher e U de Mann-Whitney e adotou como nivel de significância α=0,05. A maior parte (56,31%) dos pacientes tinha menos de 60 anos (media=54,01, DP=19,14); era do sexo masculino (54,02%) e tinha pele branca (77,01%). O numero de diagnosticos medicos variou de um a dez (mediana=2, media=2,34) e o numero de medicamentos prescritos foi de 2 a 22 (media=10,86, DP=4,28). O escore total na Escala de Braden obteve media de 15,57 (DP=4,91) e mediana de 15. Somente 30 (34,48%) participantes nao estavam em risco para desenvolver UP. Trinta e quatro pacientes tiveram 84 ulceras. O numero de UP por sujeito variou de um a nove (media=5, DP=2,22). A prevalencia pontual de UP na instituicao foi de 40% e nos setores variou entre 0 e 75%. A maior prevalencia pontual foi em pacientes do Centro de Terapia Intensiva, seguida dos setores Semi-intensivos e Enfermarias. A maioria das UPs ocorria na categoria/estagio II (42,86%), localizadas nas regioes dos calcâneos (28,57%) e sacral (22,61%). Nao houve associacao entre a ocorrencia de UP e a cor da pele, a idade e a quantidade de diagnosticos. A presenca de UP estava associada a maior quantidade de medicamentos prescritos, tempo mais longo de internacao antes da data da pesquisa e menores escores na Escala de Braden e em suas subescalas. Em 4,6% dos prontuarios dos pacientes havia registro da avaliacao de risco para UP na admissao. Em 70% de tais documentos, nao foi encontrado dados sobre as condicoes de integridade da pele. Em alguns setores havia camas especiais com colchoes destinados a prevencao e ao tratamento de UP. Concluiu-se que e necessaria a adocao da cultura de seguranca do paciente na instituicao, de forma ampla, para contribuir com a qualidade da assistencia prestada. O estudo e inedito no Brasil por investigar a prevalencia, os fatores de risco para UP e os aspectos do processo de cuidar em um hospital universitario de urgencia.
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