CONSERVAÇÃO DE PINHÕES EM DIFERENTES TIPOS DE ACONDICIONAMENTO E SEUS EFEITOS SOBRE A QUALIDADE PÓS-COLHEITA

2013 
INTRODUCAO O pinhao, semente de Araucaria angustifolia , e um alimento peculiar encontrado na regiao Sul do Brasil, com abundância no inverno, sendo tambem de grande importância como fonte de renda aos produtores rurais. O mesmo e pouco usufruido na culinaria, e um dos fatores que levam a isto e a conservacao pos-colheita limitada do pinhao, pois ha a reducao do grau de umidade, restringindo sua viabilidade fisiologica. Um dos entraves para a comercializacao de pinhao fora de safra e a falta de metodos que conservem a semente, preservando seus aspectos qualitativos para comercializacao e processos industriais. Habitualmente, alguns produtores relatam que armazenam pinhoes nas proprias pinhas, ou entao ja debulhados a granel, em sacolas plasticas ou congelados moidos. Por esta razao, e necessario o desenvolvimento de metodos para conservacao do pinhao in natura , possibilitando o aumento de sua vida util, viabilizando sua comercializacao durante um longo periodo apos a colheita, caracterizando um nicho de mercado. O objetivo deste trabalho e determinar a qualidade de pinhoes armazenados em diferentes tipos de embalagens e em frio, ao longo do tempo. METODOLOGIA O experimento foi realizado com pinhoes da safra 2012, coletados no municipio de Bom Jesus, RS. As pinhas obtidas foram debulhadas e selecionadas, para comporem os tratamentos, no Laboratorio de Pos-colheita do IFC Câmpus Sombrio. Os pinhoes foram armazenados em frio sob temperatura de -15oC e 1oC em 6 tratamentos diferentes: bolsa plastica em frio a 1oC, rede em frio a 1oC, pinha em frio a 1oC, vacuo em frio a 1oC, congelado a seco a -15oC e congelado em agua a -15oC. Cada tratamento foi composto de 45 pinhoes, com 4 repeticoes. Os pinhoes foram analisados na colheita e apos 30, 60, 90, 120, 150, 180 e 210 dias de armazenamento quanto a sua desidratacao, peso, comprimento, diâmetro, cor da epiderme, incidencia de fungos e submetidos a um painel de degustacao de aceitabilidade e textura com pessoas nao treinadas. Para os paineis de degustacao, as amostras foram cozidas em panela de pressao por 60 minutos. Apos o cozimento os tratamentos foram servidos a 15 painelistas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, num esquema fatorial 6 x 6, composto de 6 formas de embalagem e 8 datas de avaliacao, com quatro repeticoes. Os dados foram submetidos a analise de variância, seguida por separacao de medias pelo teste de Tukey (0,05%). RESULTADOS E DISCUSSAO Em todos os periodos de armazenagem, pinhoes em redes desidrataram mais que aqueles em bolsas plasticas, os congelados e os a vacuo. Com relacao a aparencia, os pinhoes em bolsas, na pinha, congelados e sob vacuo com casca conservaram melhor a cor da epiderme. Ao longo da armazenagem, foi observada maior aceitabilidade dos pinhoes conservados em bolsas plasticas, em pinhas comparado aos demais tratamentos em todos os periodos de armazenagem. Os pinhoes embalados em bolsas plasticas mantiveram textura e sabor semelhantes aos observados na colheita, intermediaria entre pastosa e dura. Ja os pinhoes das pinhas, apresentaram uma textura um pouco mais baixa comparada a do tratamento ATM com o passar do tempo em frio. Com o decorrer do tempo em armazenagem, pinhoes a vacuo apresentaram seu sabor levemente azedo, o que pode indicar um a ocorrencia de fermentacao com a realizacao do vacuo. Pinhoes congelados apesar da boa aceitacao apresentavam sensacao de esfarelarem ao serem degustados. A analise de fungos realizada resultou em Penicillium, Moniliella e Monilinia, em todos os tratamentos. Estes resultados diferem dos observados em anos anteriores, em que somente Penicillium foi encontrado. No entanto, em nenhum tratamento os fungos foram capazes de penetrar a casca. CONCLUSAO O armazenamento refrigerado em bolsas plasticas a 1 o C conserva melhor a textura e sabor e minimiza a desidratacao de pinhoes apos colheita por ate 210 dias. Pinhoes armazenados a granel, apresentam maior desidratacao e textura o que causa menor aceitacao. AGRADECIMENTOS Ao Campus Sombrio do Instituto Federal Catarinense pelo financiamento de bolsa de iniciacao cientifica de graduacao no Edital n o 022/2011/IFC Campus Sombrio. REFERENCIAS AMARANTE, C. V. T. do; MOTA, C. S.; MEGGUER, C. A.; IDE, G. M. Conservacao pos-colheita de pinhoes [sementes de Araucaria angustifolia (Bertoloni) Otto Kuntze] armazenados em diferentes temperaturas. Ciencia Rural , Santa Maria, v. 37, n. 2, p. 346-351, mar- abr, 2007
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