Background: Several studies have reported pulmonary function (PF) impairment associated to abdominal fat deposition; most of them have used waist circumference as the measure of abdominal fat deposition. Few studies use techniques that can distinguish visceral from subcutaneous adipose tissue. Objectives: To measure the association between visceral and subcutaneous adiposity and PF. Methods: The analyses were conducted in the 30 years old data from the 1982 Pelotas (Brazil) birth cohort study. 1,701 men and 1,712 women underwent spirometry and abdominal ultrasound measures. The visceral fat thickness was defined as the distance on the sagittal plane from the peritoneum to the lumbar spine and the subcutaneous fat thickness the distance between the skin and the linea alba (centimeters); linear regressions were stratified by sex and adjusted by height, weight, skin color, self-reported wheezing, smoking status, physical activity, corticoids, socioeconomic and perinatal variables. Results: None of the subcutaneous measures were associated with FEV1 or FVC, while visceral fat was consistent inversely linear associated to both. To each centimeter of visceral fat FEV1 was -71ml (95%CI -89; -54) and FVC: -85ml (95%CI -105; -64) in males; in females, FEV1 was -66ml (95%CI -80; -52) and FVC -71ml (95%CI -87; -55); p-values <0.001. Conclusions: Visceral adipose tissue plays an important role when assessing possible restrictive PF disorders caused by upper body excess of fat.
Através da aplicação de um questionário padronizado a todas as mães que procuraram os serviços de puericultura das unidades sanitárias (US) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), RS, em setembro de 1990, buscou-se conhecer o impacto dos grupos de gestantes na promoção do aleitamento materno. Os resultados obtidos para 347 crianças revelaram que quase metade delas pertencia a famílias com renda inferior a dois salários mínimos mensais; 1/4 de suas mães apresentavam escolaridade inferior a quatro anos, sendo estas as que mais frequentaram os grupos. Apesar da maioria das mães ter feito pré-natal e pouco menos da metade ter participado dos grupos de gestantes, 1/3 das crianças estavam desmamadas aos três meses de idade e cerca de 80% delas haviam recebido chás nos primeiros meses. Os dados obtidos revelam um serviço com sérias deficiências em incentivar o aleitamento e em retardar a introdução de outros alimentos na dieta infantil. Espera-se, a partir dos dados obtidos, poder contribuir para a reestruturação dos programas existentes, bem como poder demonstrar que, a partir de recursos mínimos e de uma metodologia relativamente simples, é possível avaliar a qualidade dos serviços oferecidos à população.
This study aimed to examine the association between overweight, obesity and self-perception of body weight in adults.
Methods
A cross-sectional population-based study was carried out in the city of Pelotas, southern Brazil, with a sample of individuals aged 20–59 years. Weight and height of the participants were measured by previously trained evaluators. Overweight and obesity were defined as body mass index ≥25 kg/m2 and ≥30 kg/m2, respectively. Self-perceived body weight status was directly and indirectly assessed. The participants were first asked whether they perceive themselves as too thin, thin, normal, fat or too fat and then the difference between reported ideal and actual body weight measured after the interview was calculated.
Results
A total of 1894 adults participated in the study, of which 57.4% were women. The prevalences of overweight and obesity were 58% and 23.8%, respectively. About 40% of the participants reported they perceived their weight as normal. However, when self-perceived body weight was indirectly assessed, 63.3% reported a desire to weigh less. Among the overweight and obese participants, 61% and 86.4% perceived themselves as fat or very fat, respectively, and reported a desire to weigh less.
Conclusion
In this sample with high prevalences of overweight and obesity, most participants perceived their excess weight and reported a desire to weigh less. This seems an ideal setting for the implementation of interventions targeting weight loss and promoting healthy habits.
OBJETIVO: Analisar determinantes sociais da iniciação sexual precoce de jovens pertencentes a uma coorte de nascimentos. MÉTODOS: Foram entrevistados em 2004-5 os indivíduos da coorte de nascimentos de Pelotas (RS), em 1982 (N=4.297). A iniciação sexual precoce (<13 anos) foi o desfecho. Análises descritivas e estratificadas foram realizadas segundo o sexo. As variáveis analisadas foram renda familiar em 1982, cor da pele, escolaridade do jovem e mudança de renda (1982-2004-5). Usaram-se dados etnográficos para complementar a análise dos resultados. RESULTADOS: A prevalência de iniciação sexual precoce foi maior para homens com cor da pele preta/parda, baixa escolaridade, renda familiar baixa em 1982 e em 2004-5. As exigências para que os papéis sexuais masculinos mais tradicionais (virilidade, iniciativa sexual) mostraram ter maior repercussão e adesão desde cedo no grupo dos homens. Jovens mulheres de família com maior renda e de maior escolaridade tenderam a postergar a iniciação sexual. Os reflexos da imposição de valores culturais tradicionais mostraram-se importantes para a iniciação sexual precoce em homens e mulheres, ambos com menor escolaridade e renda. CONCLUSÕES: Os resultados encontrados recolocam o fator econômico como determinante dos comportamentos ou dos usos da sexualidade para ambos os sexos. Concentrar esforços políticos que incentivem a população menos privilegiada economicamente a ter chances e perspectivas futuras igualitárias é uma estratégia importante para desfechos em saúde.
INTRODUÇÃO: A antropometria é amplamente utilizada para avaliação nutricional de indivíduos e de grupos populacionais. Em anos recentes, diagnósticos comunitários têm sido realizados por profissionais dos serviços de saúde em diversas regiões brasileiras, com o objetivo de complementar os dados obtidos através de vigilância nutricional. Um obstáculo importante à realização destes diagnósticos é a difícil mensuração da altura em inquéritos domiciliares. MÉTODO: Foram identificados 38 inquéritos antropométricos com crianças de 0 a 5 anos de idade, realizados no Brasil, que utilizaram o padrão de referência NCHS e o percentual de crianças abaixo de -2 escore Z para definição da prevalência de déficit de peso/idade e altura/idade. A análise foi realizada a partir das correlações entre as prevalências de déficits de altura/idade e peso/idade definidas. RESULTADOS: A análise mostrou que devido à baixa prevalência de déficits de peso/altura há forte correlação entre peso/idade e altura/idade, em nível populacional. Cerca de 90% da variabilidade de altura/idade (A/I) é explicada pelo peso/idade (P/I). CONCLUSÃO: Através da equação (Prev. A/I) = 0,74 + 2,34 (Prev. P/I) - 0,03 (Prev. P/I)2, é possível estimar os déficits de altura, desde que se conheça os déficits de peso. Espera-se que os resultados possam contribuir para a simplificação dos inquéritos antropométricos realizados no âmbito dos serviços e favorecer sua disseminação.