A atividade mineral no estado do Rio de Janeiro tem, essencialmente, importância local, pois, de maneira geral, não produz bens minerais que sejam cotados em bolsas de valores como commodities (excluindo os hidrocarbonetos). De tal modo, o presente artigo teve por objetivo avaliar se ainda existe potencial para o aproveitamento econômico das rochas metacarbonáticas no centro-sul do estado do Rio de Janeiro. Para tanto, a metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente estudo incluiu revisão bibliográfica; compilação de dados inventariados juntamente com os dados dos trabalhos de campo, das análises químicas e mineralógicas; e confecção de um mapa temático, cujo principal objetivo foi indicar áreas potenciais para pesquisas geológicas. O resultado desta pesquisa indicou uma anomalia bastante moderada para a ocorrência de mármores impuros no centro-sul do Rio de Janeiro. No entanto, as características dos corpos, no que diz respeito às suas dimensões e enquadramento geológico, não são favoráveis para a existência de um grande depósito de rocha metacarbonática na área de estudo.
New petrographic, lithogeochemical and structural analyses were performed on the Upper Cretaceous lamprophyres emplaced in the Proterozoic basement rocks of the Resende sedimentary basin in SE Brazil. Field characteristics and petrographic data confirm their identification as alkaline lamprophyres. Geochemical variations were mainly controlled by fractional crystallization of clinopyroxene and olivine. Liquid immiscibility, rapid cooling and crustal assimilation may have occurred subordinately during the evolution of the Resende lamprophyres. Mantle and chondrite-normalized diagrams point to an enriched mantle as the lamprophyre's magma source. Th/Yb and Ta/Yb ratios confirm a within-plate enriched mantle source with residual carbonate and phlogopite/amphibole as suggested by LILE enrichment and the presence of carbonate and phlogopite/amphibole as primary phases. The predominance of an ENE-trend of the dykes is related to a prevalent NNW-SSW orientation of the minimum principal stress (σ3) orientation in an extensional regime during the emplacement of the Resende lamprophyres' dyke swarm. Frequent offsets produced by local dilation direction are parallel to the NNW-oriented extension of the main segments. WNW to NW secondary sets are controlled by previous discontinuities that were favored as pathways for the highly volatile lamprophyre magma. An NNW-SSE distension related to the Resende lamprophyre dyke swarm emplacement is consistent with the early stages of evolution of the Resende basin and uplift of its basement during the Late Cretaceous to the Paleocene.
A Formação Ferrífera São João Marcos (FFSJM), localizada próximo ao município de Rio Claro, no Estado do Rio de Janeiro, teve seus aspectos genéticos aqui estudados por meio de mapeamento geológico, petrografia e geoquímica. Na área mapeada, a FFSJM, de idade neoproterozoica, ocorre intimamente associada a rochas metamáficas e metaultramáficas, que ocorrem sobre embasamento arqueano a paleoproterozoico e estão sobrepostas por outras litologias, quartzitos puros a impuros, silimanita quartzito e (silimanita)-granada-biotita gnaisse, em ordem, da base para o topo, estruturadas em umagrande sinformal revirada. A petrografia da formação ferrífera indica composição modal, em sua maioria, de quartzo e magnetita titanífera, com pequenas quantidades de outros minerais (e.g. ferrosilita, muscovita, granada, zircão, turmalina, feldspatos e anfibólios); as rochas metamáficas são compostas basicamente por plagioclásio e hornblenda em proporções diversas, e as metaultramáficas, essencialmente por anfibólios e piroxênios. A litoquímica de elementos maiores, traço e terras raras da FFSJM demonstra forte correlação negativa entre SiO2 e Fe2O3t, e fortes semelhanças entre os padrões clássicos da literatura, principalmente com o tipo Algoma Neoproterozoico, além de características de precipitados químicos. Para as rochas máficas e ultramáficas, a geoquímica aponta para geração em contexto intracontinental. Essas informações de campo e petrografia, associadas com a geoquímica de rocha total e mineral, sugerem formação ferrífera gerada em ambiente extensional no Neoproterozoico, possivelmente acompanhando a quebra do supercontinente Rodínia. Trata-se do primeiro exemplo de formação ferrífera do tipo Algoma Neoproterozoico no Estado do Rio de Janeiro.