A polifarmácia pode ser compreendida como o uso de múltiplos medicamentos simultaneamente. No Brasil, a prevalência de polifarmácia na população idosa varia entre 25 a 36%. Considerando a importância do tema, esse estudo visa analisar a relação polifarmácia e adesão de medicamentos de uso crônico com compensação ou não da patologia em idosos que residem sozinhos ou com familiares. O estudo foi realizado através de prontuários de uma Unidade Básica de Saúde. Há 545 idosos na área determinada para estudo, dos quais 114 foram analisados. Analisou-se: a idade, a (s) doença (s) que o paciente possui, uso de medicação específico para tal doença, se a doença encontra-se compensada ou descompensada e se o paciente reside sozinho, com o cônjuge ou familiares. Os resultados obtidos foram: 79% pacientes dos 114 estavam com suas patologias compensadas, 3% tinham uma delas descompensada e 18% estavam descompensados, conforme ilustrado no gráfico abaixo. 77,1% do total de pacientes possuem a patologia compensada e desses 54,5% residem com a família, entretanto, esse número também se manteve alto em relação a patologias descompensadas. Não pode se estabelecer uma relação direta entre a compensação e descompensação das patologias, talvez devido o valor limitado de participantes. Na literatura não há muitos estudos que relacionam a polifarmácia e adesão medicamentosa por idosos tornando-se necessário novos estudos. Ressalta-se que com o envelhecimento populacional e a política de acesso a medicamentos, a tendência é aumentar a utilização de medicamentos por idosos, que deve ser prioridade no planejamento do Sistema Único de Saúde.Descritores: Adesão à Medicação; Idoso; Serviços de Saúde para Idosos.ReferênciasRamos LR, Tavares NRL, Bertoldi AD, Farias MR, Oliveira MA, Luiza VL et al. Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública. Rev Saúde Pública. 2016;50(Sup. 2):1s-13s.Souza DM, Souza LB, Lana GG, Souza SM, Aguilar NC, Silva DR. Uso inapropriado de medicamentos pelo idoso: polifarmácia e seus efeitos. Pensar Acadêmico Manhuaçu. 2018;16(2):166-78.Pereira KG, Peres MA, Iop D, Boing AC, Boing AF, Aziz M et al . Polifarmácia em idosos: um estudo de base populacional. Rev bras epidemiol. 2017;20(2):335-44.Cuentro VS, Modesto T, Andrade MA, Silva MVS. Prevalência e fatores associados à polifarmácia em idosos de um hospital público. Contexto & Saúde. 2016;16(30):28-35.Sales AS, Sales MGS, Casotti CA. Perfil farmacoterapêutico e fatores associados à polifarmácia entre idosos de Aiquara, Bahia, em 2014. Epidemiol Serv Saúde. 2017;26(1):121-32.Arruda DCJ, Eto FN, Velten APC, Morelato RL, Oliveira ERA. Fatores associados a não adesão medicamentosa entre idosos de um ambulatório filantrópico do Espírito Santo. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2015;18(2):327-37.Cintra FA, Guariento ME, Miyasaki LA.. Adesão medicamentosa em idosos em seguimento ambulatorial. Ciênc saúde coletiva. 2010;15(3):3507-15.Lucchetti G, Granero AL, Pires SL, Gorzoni ML. Fatores associados à polifarmácia em idosos institucionalizados. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2010;13(1):51-8.Magalhaes MS, Santos FS, Reis AMM. Fatores associados ao uso de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos na alta hospitalar. Einstein (São Paulo). 2020;18:1-8.