Objectives As middle-income countries strive to achieve the Sustainable Development Goals (SDGs), it remains unclear to what degree expanding primary care coverage can help achieve those goals and reduce within-country inequalities in mortality. Our objective was to estimate the potential impact of primary care expansion on cause-specific mortality in the 15 largest Brazilian cities. Design Microsimulation model. Setting 15 largest cities by population size in Brazil. Participants Simulated populations. Interventions We performed survival analysis to estimate HRs of death by cause and by demographic group, from a national administrative database linked to the Estratégia de Saúde da Família (Family Health Strategy, FHS) electronic health and death records among 1.2 million residents of Rio de Janeiro (2010–2016). We incorporated the HRs into a microsimulation to estimate the impact of changing primary care coverage in the 15 largest cities by population size in Brazil. Primary and secondary outcome measures Crude and age-standardised mortality by cause, infant mortality and under-5 mortality. Results Increased FHS coverage would be expected to reduce inequalities in mortality among cities (from 2.8 to 2.4 deaths per 1000 between the highest-mortality and lowest-mortality city, given a 40 percentage point increase in coverage), between welfare recipients and non-recipients (from 1.3 to 1.0 deaths per 1,000), and among race/ethnic groups (between Black and White Brazilians from 1.0 to 0.8 deaths per 1,000). Even a 40 percentage point increase in coverage, however, would be insufficient to reach SDG targets alone, as it would be expected to reduce premature mortality from non-communicable diseases by 20% (vs the target of 33%), and communicable diseases by 15% (vs 100%). Conclusions FHS primary care coverage may be critically beneficial to reducing within-country health inequalities, but reaching SDG targets will likely require coordination between primary care and other sectors.
Apesar da redução da mortalidade na infância, as causas ainda são majoritariamente evitáveis, e a sobrevida pode estar condicionada à situação de ameaça à vida ao nascer. Foram estimadas a carga de ameaça à vida ao nascer, de near miss neonatal, e a mortalidade, com ênfase na evitabilidade, e sobrevida na infância, em coortes de nascidos vivos. Estudo de coorte retrospectiva de nascidos vivos residentes no Município do Rio de Janeiro (2012-2016). Os bancos de dados dos Sistemas de Informações sobre Nascidos Vivos e sobre Mortalidade foram relacionados. Critérios pragmáticos foram utilizados para definir ameaça à vida e near miss. Óbitos foram classificados segundo a lista brasileira de causas de mortes evitáveis. Foram estimados indicadores de morbimortalidade e a sobrevida (Kaplan-Meier). Dos 425.505 nascidos vivos, 2,2% apresentaram ameaça à vida ao nascer. As taxas de mortalidade na infância, infantil e neonatal foram, respectivamente: 0,01; 0,06 e 14,97 por mil pessoas-dia. Causas evitáveis, não claramente evitáveis e mal definidas corresponderam, respectivamente, a 61%, 35% e 4% dos óbitos. O risco de morte por causas evitáveis atribuível ao nascimento com ameaça à vida foi de 97,6%. A sobrevida foi menor entre recém-nascidos com ameaça à vida, comparados àqueles sem ameaça à vida. Os critérios pragmáticos de ameaça à vida determinaram o perfil de mortalidade proporcional por causas de morte segundo os três grupos de causas da lista brasileira de causas de mortes evitáveis. Nascer com ameaça à vida define crianças com maior risco de morbimortalidade e põe, em pauta, a discussão sobre a vulnerabilidade e as necessidades de assistência às crianças e do apoio social às suas famílias.
Campanhas têm sido instrumentos de políticas públicas de saúde, freqüentemente utilizadas no Brasil para esclarecer, motivar ou conseguir o apoio da população e/ou dos profissionais de saúde, em ações relevantes para a saúde pública. Esta revisão procurou levantar subsídios para a avaliação de campanhas de saúde, particularizando-se as metodologias utilizadas, tendo em vista a avaliação de campanhas dirigidas ao controle da sífilis congênita. Os conjuntos de palavras-chave utilizados foram "sífilis congênita + avaliação"; "campanhas de saúde + avaliação" e, "campanha + saúde + avaliação". As bases de dados pesquisadas foram a Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) da National Library of Medicine (EUA), a LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e da PAHO (Pan-American Health Organization), no período de 1980 e 2003. Foram incluídos 37 artigos nessa revisão, sendo 15 referentes à sífilis congênita e avaliação e 22 à campanha de saúde e avaliação. A revisão realizada mostrou que existe um espaço a ser preenchido neste campo, principalmente no que se refere à construção metodológica. Apesar da palavra avaliação constar nesses vários artigos, a fundamentação teórica encontrada não foi totalmente condizente com as propostas apresentadas.
Introgression of genetic material from species of the insect bacteria Wolbachia into populations of Aedes aegypti mosquitoes has been shown in randomised and non-randomised trials to reduce the incidence of dengue; however, evidence for the real-world effectiveness of large-scale deployments of Wolbachia-infected mosquitoes for arboviral disease control in endemic settings is still scarce. A large Wolbachia (wMel strain) release programme was implemented in 2017 in Rio de Janeiro, Brazil. We aimed to assess the effect of this programme on the incidence of dengue and chikungunya in the city.67 million wMel-infected mosquitoes were released across 28 489 locations over an area of 86·8 km2 in Rio de Janeiro between Aug 29, 2017 and Dec 27, 2019. Following releases, mosquitoes were trapped and the presence of wMel was recorded. In this spatiotemporal modelling study, we assessed the effect of the release programme on the incidence of dengue and chikungunya. We used spatiotemporally explicit mathematical models applied to geocoded dengue cases (N=283 270) from 2010 to 2019 and chikungunya cases (N=57 705) from 2016 to 2019.On average, 32% of mosquitoes collected from the release zones between 1 month and 29 months after the initial release tested positive for wMel. Reduced wMel introgression occurred in locations and seasonal periods in which cases of dengue and chikungunya were historically high, with a decrease to 25% of mosquitoes testing positive for wMel during months in which disease incidence was at its highest. Despite incomplete introgression, we found that the releases were associated with a 38% (95% CI 32-44) reduction in the incidence of dengue and a 10% (4-16) reduction in the incidence of chikungunya.Stable establishment of wMel in the geographically diverse, urban setting of Rio de Janeiro seems to be more complicated than has been observed elsewhere. However, even intermediate levels of wMel seem to reduce the incidence of disease caused by two arboviruses. These findings will help to guide future release programmes.Bill & Melinda Gates Foundation and the European Research Council.
Este estudo visa descrever aspectos assistenciais das mulheres que tiveram natimortos com peso maior ou igual a 2.500g e que morreram antes ou durante os seus nascimentos, de mães residentes no município do Rio de Janeiro (MRJ) nos anos de 2008 a 2017. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, utilizando dados secundários, integrando variáveis relacionadas aos óbitos destes bebês, a partir dos dados secundários dos Sistemas de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Nascidos Vivos (SINASC). A coleta dos dados ocorreu durante os meses de janeiro a março de 2019. A taxa de natimortalidade no período estudado foi de 10,1/1000 nascidos e a taxa de natimortalidade de fetos com 2500g ou mais foi de 2,42/1000 nascidos. A faixa etária materna mais frequente foi de 20 a 34 anos, a escolaridade de 4 a 11 anos de estudo, o parto vaginal foi a principal via de nascimento, o sexo masculino apresentou maior frequência de natimortalidade, a grande maioria dos óbitos foi antes do parto e tiveram como local de ocorrência, os hospitais. As afecções originadas no período perinatal foram as mais prevalentes e o declínio dos óbitos não investigados se deu em 2010, possível relação com a obrigatoriedade da vigilância destes óbitos a partir deste ano.